Jurados do 8º Festival da Canção de Balneário Camboriú

Conheça melhor quem foram os jurados do 8º Festival da Canção de Balneário Camboriú:

Luciano Candemil

É músico, percussionista, compositor, professor, pesquisador e produtor musical. Atualmente cursa doutorado em Música na Universidade Federal do Paraná, após conquistar seu Mestrado em música pela Universidade do Estado de Santa Catarina. Tem diversos artigos publicados em congressos nacionais e internacionais e é compositor premiado em festivais de música, incluindo o Festival da Canção de Balneário Camboriú, do qual foi membro da comissão julgadora nos anos de 2016 e 2017. Também fez parte da banca examinadora do vestibular de música da UDESC em 2015 e 2016. Fez parte do Grupo de Percussão de Itajaí e dirige o Projeto Percussão Catarina, sendo autor do livro Percussão Catarina publicado em 2016.
Foi instrutor de fanfarras em Balneário Camboriú, professor de percussão na UNIVALI e no Projeto Arte nos Bairros, ambos em Itajaí, e foi professor de percussão popular da Orquestra do CESCB em Brusque. Como pesquisador desde 2010 vem catalogando os instrumentos de percussão dos grupos folclóricos catarinenses. Essa pesquisa – Percussão Catarina – já rendeu diversos artigos publicados e apresentados nos principais congressos de música do Brasil, e recentemente foi apresentada em Portugal, onde também ministrou uma oficina de samba para alunos do curso de música da Universidade de Lisboa. Ainda em relação ao Projeto Percussão Catarina, coordenou a execução de três projetos aprovados pela Lei de Incentivo à Cultura de Balneário Camboriú, dos quais o último foi a publicação do livro didático Percussão Catarina.
Atua ainda no campo da Educação Especial e desde 2012 trabalha na Escola Tempo Feliz, que é mantida pela APAE de Balneário Camboriú. Nessa instituição escolar desenvolve diversas modalidades de projetos voltados para o desenvolvimento cognitivo e da autonomia para alunos adultos da área pedagógica, abrangendo variados tipos de deficiência. Dos projetos elaborados e desenvolvidos destaca-as: Fanfarra Tempo Feliz, Coral Tempo Feliz, Entrei de Corpo e Alma, e Banda Happy Time

 

Luigi Antonio Irlandini

É compositor e instrumentista (piano e shakuhachi). Desde 2010, é professor adjunto e pesquisador na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) nos programas de graduação e mestrado, onde ensina composição, harmonia, contraponto, análise, estética e música clássica indiana. Em sua atividade de pesquisa explora a dialética de conteúdos antigos e não-europeus nas poéticas musicais dos séculos XX e XXI, não só no que diz respeito à estrutura e linguagem musicais como aos aspectos filosóficos, estéticos e simbólicos.
Durante atividade de pós-doutorado em composição, entre 1999 e 2002, Irlandini foi pesquisador no Center for Research in Electronic Art and Technology (CREATE) e no Departamento de Música da University of California, Santa Barbara (UCSB), além de ter lecionado as disciplinas de composição e música do século XX para alunos de graduação e pós-graduação. Em fevereiro de 2007, foi compositor visitante na Jacobs School of Music da Indiana University, Bloomington, onde lecionou composição em nível de mestrado, realizou recital/palestra, e teve diversas obras apresentadas num recital monográfico e outros concertos na mesma ocasião.
Além de já ter recebido diversos prêmios por sua obra, Irlandini gravou dois álbuns de improvisação livre ao piano: o primeiro, de 1985, é o LP Azul e Areia, produzido por Egberto Gismonti em seu selo CARMO; o segundo, de 2001, é o álbum Surf Music. O duo Fogo Sonoro, formado por Irlandini e pela atriz/vocalista Isabella Irlandini, desenvolve um trabalho experimental baseado na improvisação livre. Irlandini colaborou com grupos de teatro experimental, dentre eles o grupo Qá Bal O Quá, dirigido por Isabella Irlandini, em Roma, 1991-1993.

 

Marcelo Cássio

Marcelo Cássio é Produtor Musical e Diretor Audiovisual. Especialista em Studio Production pela Berklee College of Music (Boston, EUA) e certificado AVID em Pro Tools. É Licenciado em Música pela Univali), além de Tecnólogo em Processamento de Dados, Analista de Sistemas e Jornalista. É membro votante da “The Recording Academy”, organismo responsável pelo Grammy Latino, e membro da AES (Audio Engineering Society). É músico desde 1987, produtor musical e especialista em tecnologia aplicada à música desde 1994 e atua como engenheiro de áudio em estúdios e ao vivo. Em 2017, seu estúdio Café Maestro recebeu o Prêmio Profissionais da Música na Categoria Melhor Estúdio de Gravação e Mixagem.
Além de ser um dos produtores votantes do Grammy Latino, foi jurado convidado de concursos e premiações nacionais, entre eles, o Prêmio da Música Catarinense e Concurso de Marchinhas de Balneário Piçarras.
Nos últimos anos, dirigiu, produziu e lançou mais de 30 títulos entre CDs, DVDs, audiovisuais e álbuns digitais de artistas regionais, inclusive com a participação de artistas consagrados da música brasileira, como Yamandu Costa, Alessandro Penezzi, Nailor Proveta e Itamar Assunção, entre outros, tendo 2 álbuns premiados no Prêmio da Música Catarinense e 4 nos 100 Melhores da Música Brasileira. Produziu a trilha sonora de filmes, séries para a TV e obras publicitárias, além de produzir e dirigir programas de TV.
É proprietário do estúdio e produtora Café Maestro, em Itajaí, onde grava, produz e acompanha músicos de Santa Catarina. Em 2015, idealizou e produziu a série Palco SC, que teve sua segunda temporada produzida em 2018. É o idealizador do Projeto Na Vera, que viabiliza produções audiovisuais de qualidade a custos acessíveis para músicos de diferentes vertentes e do projeto artístico-social Via Música.

 

Música Sempre Mais vence o Festival da Canção de Balneário Camboriú

Com uma mistura de ritmos latinos, influência da música brasileira e uma letra romântica, a música “Sempre Mais”, da cidade de São José, foi a vencedora da 8ª edição do Festival da Canção de Balneário Camboriú, que terminou no final da noite de quarta-feira (05), no Teatro Municipal Bruno Nitz.

Tocada pela banda Brass Groove Brasil e interpretada Mércia Maruk, a canção ficou em primeiro lugar. Além de troféu, a vencedora recebeu R$ 7.143,50. Também foram premiados os segundo e terceiro lugares e a melhor letra, melhor intérprete e melhor instrumentista (confira no fim da matéria a relação dos ganhadores e as letras dos três primeiros lugares e da melhor letra)

“Este prêmio foi inesperado. Trabalhamos bastante em cima dessa música, que era só instrumental e ganhou letra de Iara Germer. No meio de tantos artistas consagrados, foi uma honra muito grande ganhar esse prêmio”, disse Jean Carlos da Silva Rodrigues, integrante da banda.

Entre os artistas consagrados concorrentes, estava Dandara Manoela, ganhadora
do Melhor Álbum 2018 no Prêmio da Música Catarinense. Com a música “Meu Canto”, Dandara levou ao palco a luta diário dos negros. “Eu acho o Festival uma oportunidade gigante, fundamental, é um espaço incrível de afirmação para mulheres e mulheres negras”, falou no microfone, logo após sua apresentação.

Os três jurados do Festival, que teve curadoria de Elaine Calove, avaliaram quesitos como letra, melodia, arranjo e performance. Das 118 canções inscritas de diferentes cidades do Estado, 43 foram apresentadas ao longo três dias da fase classificatória (de domingo a terça-feira). “Eu participo há oito anos do Festival. Na edição deste ano, a disputa esteve muito difícil, foi um trabalho duro”, ressaltou o músico Luciano Candemil, um dos jurados.

Mais de R$ 14 mil foram distribuídos aos ganhadores

Realizado pela Fundação Cultural, o Festival da Canção premia composições de estilo livre, com música e letra, originais e inéditas e em língua portuguesa. Nesta edição, foram distribuídos R$ 14.561,75 entre os três primeiros colocados. Presidente da Fundação Cultural, George Varela destacou que um dos pontos altos do Festival foi a integração entre a equipe da Fundação Cultural, o Conselho Municipal de Política Cultural, a Câmara Setorial de Música, artistas e a plateia. A média de público foi de 300 a 400 pessoas em cada noite.

Na plateia, havia torcida pelas canções. Pilchados, Giovanna Vanessa Tamburo e o filho, Fernando, oito anos, torciam para as duas músicas nativistas gaúchas finalistas. Ela só não foi ao Teatro no primeiro dia de competição, no domingo. “Achei maravilhoso o Festival. Foi uma oportunidade de acompanhar a música gaúcha e outros estilos musicais”, comentou. Já Maria José Vieira Lopes veio de Guaramirim para torcer para a filha, Luana Lopes, não classificada para a final, e para Adriano Souza, um dos finalistas. “Viemos no domingo. Achei bem legal, é uma chance para as pessoas mostrarem seus talentos”.

Os vencedores da 8ª edição do Festival da Canção de Balneário Camboriú

Prêmio de melhor LETRA

Indicados:

Dádiva – Vê Domingos e Giana Cervi

EStilhaço, Estiagem – Banda LuPa Musical

Outras vidas – Vitor Soltau / Bruno Kohl

Destinos: Ciclos Migratórios – Glênio Marques

Vencedora: Destinos: Ciclos Migratórios de Glênio Marques

 

Prêmio de melhor intérprete

Indicados:

Mercia Maruk

Bia Barros

Dandara Manoela

Giana Cervi

Vitor Soltau

Vencedora: Giana Cervi

 

Prêmio de melhor instrumentista

Indicados:

Henrique Duvatik

Cassia Abreu

William Fedrizzi

Mathias Sani

Vencedora : Cassia Abreu

 

Prêmio de 3o lugar

Canção Motim – de Rafael Calegari e Iara Germer, intérprete Bia Barros

 

Prêmio de 2o. lugar

Canção Sambaqui – de Ubiratan Matos com a Banda TerrAvista

 

Prêmio de 1o. lugar

Canção Sempre Mais – de Jean Carlos Rodrigues e Banda Brass Groove Brasil

 

Letra dos três primeiros lugares

Sempre Mais

Feito uma onda no mar

Teu amor vi chegar
Me fez tão feliz
Pássaro livre que sempre fui
Mas com você
Sempre aprendiz
Tanta alegria fugaz
Nada se compara ao que você me traz
É no amor que você me dá
Que eu vejo sentido
Que a vida faz
A vida é uma só meu bem
E ganha quem sabe viver
Pra sempre quero ser refém
Desse amor que não dá pra esconder
Sem medo de me aventurar
Nas voltas que o mundo dá
Nas bandas do meu coração
Me perder
Sempre mais
Com você
Minha paz
Só você
Sempre mais
Com você
Minha paz

Sambaqui

Chegam caçando tesouros
Mentem por alguns quilates
Caravelas por cima do morro
Abafam a ‘quinhentos’ o choro
Pisaram na cultura
Pisaram nos costumes
Pisaram me “esteriotipisaram”
De acomodado
De acomodado e nu
De acomodado
Samba lá no Sambaqui
O groove do Brasil nasceu aí
A falsa paz da tua plantação
Que troca por terra o nosso irmão

Chegam caçando as crenças
Impondo ganância e dinheiro
Em abril tem ‘festinha’ da imprensa
Nem perguntam o que o Nativo pensa
Pisaram na cultura
Pisaram nos costumes
Pisaram me ‘esteriotipisaram’
De acomodado
De acomodado e nu
De acomodado

Samba lá no Sambaqui
O groove do Brasil nasceu aí
A falsa paz da tua plantação
Que troca por terra o nosso irmão

Motim

Dizem que o amor apareceu
Meu bem eu sei que foi Motim
Eu e você
Assim, um arrastão
Você e eu
Paixão que não tem fim
E ninguém tem nada a perder
Viver é para quem se dá
Eu e você
Não dá pra esquecer
Você e eu
Não dá pra duvidar
Se é fogo quero queimar
Teu mar quero navegar
Sou presa do teu carinho
Eu peço pra minha Santa
Para abrir nosso caminho
Vem me dá a tua mão
Chega de chorar e de fugir
Você veio me mostrar o que é amar
Você veio me dizer o que é ser feliz
Corre pro lado de cá, tô te esperando
O caso é sério não dá pra esconder
Deixa falar, e a gente se amando
Já me pegou, é pagar pra ver

Melhor Letra

Destino: Ciclos Migratórios 

Destino, ciclos migratórios…
Ay quem diga que no mundo
Não tenha certas verdades
Mas a natureza é sábia

E me mostra a realidade.
Num singelo fim de tarde
Onde as aves voltam ao ninho
Eu sigo palmeando o mate
Tentando entender meu destino.
Fui andejo e teatino
Longe da terra que nasci
E seguindo outros caminhos
Repassando o que aprendi…
O canto da passarada
Quando acalmam suas asas
Sou eu ouvindo as cantigas
Com lembranças lá de casa.
Essas aves migratórias
São meus sonhos ao vento
Enquanto sorvo as lembranças
Canto antigos lamentos.
Eu tenho as asas tão largas
Que ganharam os horizontes
Minhas raízes são profundas
E sempre acham as fontes.
Fui como um rio que passa
E deságua num grande mar
Mas a água retorna ao céu
No eterno ciclo de andejar
E regressa para a sua terra
Na benção da buena chuva
Pra renascer eternamente
Eu volto a ser: – aguada pura…
Sou água quente para o mate
Sou seiva de erva nativa
Colhida nas terras do sul
Segue nas cuias, minha sina
Águas e aves migratórias
Mostram sentidos da vida
De andejar e abrir suas asas
Voltando às terras sulinas

 

Confira a classificação completa:

Brass Groove Brasil e Mércia Maruk – Sempre Mais 8,94
Ubiratan Matos e Banda TerrAvista – Sambaqui 8,88
Bia Barros e Rafael Calegari  – Motim 8,78
Glênio Marques – Ciclos Migratórios 8,74
Micael G. e Banda TerrAvista – Infiltrado no Mangue 8,63
Vítor Soltau – Outras Vidas 8,62
Banda Pugna Prole – Hipocrisia 8,48
Vê Domingos e Giana Cervi – Grupo MIMO – Dádiva 8,47
Bruno Kohl – Campo Afora Noite Adentro 8,46
Banda LuPa Musical – Estilhaço, Estiagem 8,45
Juan Isernhagen e Ita Cunha – Um dia bem Gaúcho no más… 8,32
Dandara Manoela – Meu Canto 8,23
Reijow – Pé na Areia 8,04
Adriano Souza – Reggae do sorriso 7,88
Banda Mad Koala – Coexistência 7,59

 

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