A Capela de Santo Amaro, no Bairro da Barra, em Balneário Camboriú, foi o cenário de uma oficina sobre argamassas à base de cal na quinta-feira (5). De manhã e à tarde, alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) conheceram os materiais adequados para a preservação de construções históricas.
O servidor Julio Cesar Alexandre (foto), responsável pela manutenção da capela, foi capacitado para usar argamassa à base de cal nas intervenções no prédio, em outubro do ano passado, em Florianópolis. Ele repassou seus conhecimentos aos estudantes. “Usamos cal virgem nas intervenções. O cimento, com o tempo, estoura, estraga a parede. Cimento não pode ser usado neste tipo de construção”, explicou.
A cal é material adequado porque absorve água, mas a umidade evapora. Já intervenções com cimento podem provocar deterioração, pois o material não permite que a umidade saia, conforme a restauradora do Arquivo Histórico, Lilian Martins, que também ministrou a oficina.
Construída no início do século 19, a Capela é a única edificação de arquitetura colonial remanescente em Balneário Camboriú. A igreja é um dos marcos do período da formação dos povoados costeiros. Na construção dela, foi utilizada argamassa de cal feita com cascas de ostras moídas.
A oficina foi uma parceria entre o Núcleo de História do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Univali e o Laboratório de Conservação e Restauro de Bens Culturais Móveis e Integrados do Arquivo Histórico, ligado à Fundação Cultural de Balneário Camboriú. Participaram também da oficina membros da Câmara Setorial de Patrimônio Cultural.
A presidente da Fundação Cultural, Guilhermina Stuker, deu as boas-vindas aos alunos. Guilhermina falou sobre o Plano Municipal de Cultura e sobre a importância da aproximação da entidade com a universidade. “Ações como esta estão previstas no nosso Plano Municipal de Cultura. É importante que a gente não trate a cultura como um conceito restrito, porque ela é dinâmica à medida que incorpora várias expressões”, disse a presidente.
Professora do curso de Arquitetura e Urbanismo, Alessandra Devitte ressaltou que a oficina tem como proposta possibilitar que os acadêmicos conheçam na prática as teorias que estudam. “Eles puderam ver na prática o procedimento correto e entender a importância da valorização patrimonial”, comentou a professora.
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Texto: Silvana de Castro (jornalista)
Foto: Celso Peixoto/ FCBC
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